sábado, 18 de outubro de 2014

COENTROS


                                                     
 Repelente para uns, irresistível para outros é a melhor forma de definir o cheiro dos coentros. Em geral o sabor dos coentros aprende-se a gostar e não tarda muito, passa a ser um condimento favorito.
Coriandrum sativum é a espécie de coentros mais conhecida entre nós. Existem no entanto outras plantas com sabor idêntico que podem bem substituir os coentros quando estes não estão disponíveis. São estas plantas o Culantro ou coentros do México e os Coentros do Vietnam.
                                                               

Coriander sativum 'confeti'
As folhas frescas dos coentros são usadas na culinária em Portugal na preparação de pratos de marisco, arroz, sopa de peixe, sopa de cenoura, grão-de-bico, feijão e mesmo na preparação do Pesto como substituto do basílico.  Picam-se as folhas e adicionam-se ao prato, depois de pronto, para não perder o sabor com a cozedura.  As sementes têm também um uso culinário importante, fazem parte do caril indiano,  usam-se  na preparação de pickles, enchidos e misturadas com chili para condimentar carnes. Todas as partes da planta são comestíveis;  as raízes picadas são 
Coriander sativum
 
um condimento muito apreciado por alguns Chefs e as flores servem para decoração de pratos.
Mas, não se trata apenas de um condimento, os coentros têm também muitos benefícios para a saúde. O uso frequente na culinária estimula a eliminação de metais pesados tais como o mercúrio e  o cádmio; ajuda a equilibrar a glucose no sangue; baixa o colesterol; o chá das sementes tem sido usado para tratar infecções na bexiga e problemas renais.

                                 


          COENTROS DO MÉXICO
Eryngium foetidum syn Eryngium anthystericum

 CULANTRO   É uma planta cultivada em todo o mundo para uso culinário, tem um sabor idêntico aos coentros mas mais intenso. Como planta medicinal faz-se o chá das folhas em decocção, para tratar febre, hipertensão, obstipação, asma, diarreia e pelo seu efeito anticonvulsivo é usado em casos de epilepsia. Eryngial é o óleo extraído da planta que é usado na preparação de medicamentos para tratar infecções provocadas por parasitas, bactérias e fungos.

 
                                  COENTROS DO VIETNAM OU MENTA DO VIETNAM
 
Persicaria odorata syn Polygonum odoratum

No Vietnam é uma das ervas prediletas usada fresca em saladas ou como condimento para guisados e sopas. O chá das folhas é também usado para tratar náuseas, febre, como diurético e tónico geral. O óleo Kesol é extraído desta planta para uso na culinária e na indústria da cosmética.

 

 
 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

VERBENAS DE CHEIRO


O género Lippia pertence à família das verbenas e contém cerca de 200 espécies. Aqui estão alguns exemplos de Lippias com aromas diferentes e todas apresentam propriedades medicinais que se destacam.


Lippia citriodora syn Aloysia triphylla

PESSEGUEIRO-INGLÊS, ERVA-LUÍSA, LÚCIA-LIMA
 
 As folhas deste arbusto têm um aroma citrino devido ao seu conteúdo em citral, o mesmo óleo produzido pelos limões. O chá preparado sob a forma de infusão, é  usado para tratar problemas gastrointestinais, bronquite, tosse, catarro. Possui também propriedade sedativas.
 
Lippia javanica


Também conhecida como "Fever tea" ou "Lemon bush", a planta é indígena da África do Sul.
 O chá das folhas é usado com frequência para tratar problemas respiratórios, 
febre, infeções pulmonares e malária. É também usada em rituais nas tribos Masai.
 
 


Lippia polystachia syn Aloysia polystachia

MENTA DA ARGENTINA

É originária do Paraguai e Argentina, onde é usada na medicina tradicional. Apesar do aroma das folhas se assemelhar à hortelã pimenta, a composição química é diferente. O chá das folhas usa-se para tratar problemas gastrointestinais, vómitos, náuseas e tem também uma acção sedativa.
 

Lippia dulcis syn Phylla dulcis

ERVA-DOCE-DOS-AZTECAS
 
Com origem na América do Sul, esta planta tem um aroma a cânfora. O sabor das folhas e flores é extremamente doce. Era usada pelos Aztecas como adoçante e como planta medicinal para tratar tosse, gripe, constipações e outros problemas respiratórios.
 
  

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ERVAS PARA GATOS







Nepeta cataria
  


NÊVEDA-DOS-GATOS 

Os felinos e em especial os gatos, sentem-se atraídos pelo cheiro desta planta, que pelas suas propriedades sedativas e tranquilizantes, acalma o gato mais agitado. Nepectalactone é o componente químico da nepeta que tem acção  sedativa nos gatos. Nos humanos o efeito sedativo é mais moderado.
Os óleos libertados pela nepeta têm ainda a propriedade de afastar mosquitos e baratas.
 
 

Valeriana phu


 BOLEANA

 A boleana, tal como a nepeta, é  uma erva que atrai os gatos também pelas suas propriedades sedativas, mas o componente químico produzido pela planta é diferente. Trata-se do ácido valérico que se encontra em maior quantidade nas raízes da planta. É por esta razão que os gatos destroem a planta para conseguirem o contacto com as raízes.
A boleana é uma erva usada tradicionalmente pelos madeirenses, sob a forma de chá, como calmante e para ajudar a induzir o sono. O cheiro da planta assemelha-se ao cheiro de meias sujas. que provoca uma reacção de repulsa e daí o nome phu.
 

 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

GO GREEN






Os jovens de hoje estão cada vez mais sensibilizados para proteger o ambiente, pois disso depende o seu futuro. O casamento é o início do nascimento de novas gerações e por isso alguns noivos,  usam a festa do casamento para mostrar o seu interesse pela natureza. As ervas aromáticas pelo seu aroma, sabor e em especial pela sua simbologia, são normalmente escolhidas para complemento dos arranjos florais.







O alecrim simboliza a memória e é indispensável no bouquet da noiva para que os noivos não se esqueçam dos votos matrimoniais; outras ervas com simbologia são: A alfazema símbolo de longevidade e amizade, a murta representa amor verdadeiro, a salva a sabedoria e o funcho proteção.


 



sábado, 20 de setembro de 2014

MALVAS DE CHEIRO

 
 
 
Pelargonium quercifolium
 
 
As malvas de cheiro têm origem na África do Sul. Produzem óleos com aromas muito diversificados alguns ainda de origem, outros são já são o resultado de diversos cruzamentos.
 Distinguem-se dois grupos de malvas-de-cheiro:
- O grupo com aroma a fruta, onde se destacam as plantas com aroma a limão, laranja, maçã, côco e pêssego.
- O grupo com aroma a especiarias, que inclui as malvas de noz-moscada, gengibre, canela e hortelã.
 
 
Podem usar-se na culinária, sobretudo na pastelaria, onde as folhas são usadas para aromatizar o açúcar, as flores na decoração de pratos e algumas espécies para preparar chás muito aromáticos. No entanto, o principal interesse no cultivo destas plantas, em particular a malva com cheiro a rosas, está na extração de óleos essenciais para uso na perfumaria e cosmética.
 
 
GRUPO COM CHEIRO A FRUTA
 
 
Malva-de-avelã
Pelargonium 'Concolor lace'

 

Malva-de-laranja

Pelargonium 'Prince of orange'


Malva-limão

Pelargonium radens

Malva-limão

Pelargonium crispum ' mini'



Malva-maçã
Pelargonium odoratissimum
 



GRUPO ESPECIARIAS

Malva noz-moscada

Pelargonium fragrans


Malva-gengibre


Pelargonium nervosum 'Torento'


Malva-menta

Pelargonium tomentosum



Malva-menta-chocolate

Pelargonium 'Chocolate peppermint'

 

domingo, 14 de setembro de 2014

MENTAS


Existem cerca de 25 espécies e 600 variedades de mentas. As espécies mais importantes em termos comerciais são a Mentha x piperita e a Mentha spicata . Outras espécies com menos interesse comercial são a Mentha aquatica e Mentha longifolia. Estas espécies deram origem a centenas de variedades com diferentes aromas e sabores.


Mentha x piperita

                                                       HORTELÃ-PIMENTA

A hortelã-pimenta é um híbrido natural resultante do cruzamento entre a Mentha spicata e Mentha aquatica. Já é usada como planta medicinal desde o século XVIII para tratar diferentes problemas de saúde, em especial doenças que envolvem o sistema digestivo.


Mentha spicata ou Mentha viridis
HORTELÃ-DE-LEITE

Spearmint é como se chama em inglês devido à forma lanceolada das folhas. É muito usada na culinária na preparação de molhos para servir com batatas, em geleia acompanha borrego e  é muito comum na preparação de bebidas.



Mentha spicata var. 'Nana'
HORTELÃ-MARROQUINA
ou MENTA-DO MAGHREB

Tem aroma e sabor semelhante à hortelã-de-leite mas as folhas são mais pequenas. Esta é a planta usada  na preparação tradicional chá marroquino.






Mentha x piperita f. citrata 'Lavender'
MENTA-DE-ALFAZEMA

A melhor forma de identificar esta menta é pelo aroma intenso a alfazema. Uma outra característica é apresentar nas margens das folhas uma  cor acastanhada.






Mentha x piperita f. 'citrata' 
   
            MENTA
 ÁGUA-DE-COLÓNIA


As folhas são muito luzidias com perfume citrino.






Mentha x piperita f. citrata 'chocolate'
MENTA CHOCOLATE

Não cheira propriamente a chocolate, mas lembra o recheio dos afamados '"After eight".







Mentha x piperita 'Strawberry'

MENTA-DE-MORANGO

O cheiro intenso a morango quando tocamos nas folhas, não deixa margem para erro na identificação desta planta.





Mentha suaveolens 'variegata'
MENTA-DE-ANANÁS

É um 'cultivar' da menta de maçã, que se caracteriza pelas folhas aveludadas e arredondadas. Tem aroma a fruta, mas o cheiro a ananás nem sempre é fácil de reconhecer.





Menta arvensis 'Banana'
 MENTA-DE-BANANA

A Menta arvensis, que deu origem a esta variedade, é a principal fonte do óleo de menta que encontramos nos mais variados produtos, desde a pasta de dentes à pastilha elástica.




 Mentha Polegium
     POEJOS

Os poejos e a menta aquática têm aroma muito forte e fresco, semelhante ao mentol da hortelã-pimenta, mas o óleo produzido por estas plantas apresenta características medicinais diferentes.





Menta dos cavalos - Mentha longifolia
 Esta menta tem as folhas compridas e por isso se chama "longifolia". O cheiro das folhas não é dos mais agradáveis, lembrando de certa forma o cheiro característico dos estábulos dos cavalos. Por isso, quando procuramos menta para culinária, esta planta é na maior parte das vezes esquecida.




domingo, 20 de abril de 2014

THE PHARMACY IS IN YOUR GARDEN


Brassica oleraceae

As I was growing up, paying a visit to the doctor was not a routine as common as it is today. Ailments like the flu, fever, ear aches and stomach pain were treated at home with the care of our mothers. Home remedies in those times were shared by relatives, neighbors and friends who always had a good piece of advice. For certain health problems, we would pay a visit to the local “curandeira” (healer) who had the right procedure for all sorts of diseases. These treatments were most of the time accompanied by some praying to speed the healing.

I remember once, my mother took me to the local “curandeira”, Mrs. Baptista, to treat me from “bucho virado”. The symptoms of this disease are sudden loss of appetite and vomiting. When children play, jumping can cause spasms in the diaphragm, which exert some pressure in the stomach and compromises digestion. The “curandeira” made me lay on a bed, she massaged my belly with olive oil and then placed a cabbage leaf on it and covered with a sheet. I don’t know for how long I had to stay still but I never forgot the memory of this mysterious environment.
The effectiveness of these treatments is today being reconfirmed by science. It is my goal to let people know why home medicine works and to make them realize that choosing the right food can make a big difference.


A smell of sulphur in the garden



The characteristic smell of garlic and cabbage is due to sulphur produced by plants in the cabbage and onion family. Many people dislike the smell of cooked cabbage because it reminds them of rotten eggs. When cooked, the sulphur in cabbage produces a gas called hydrogen sulfide which is responsible for the characteristic smell.

Vegetables from the brassica family have in common the presence of glucosinolates, which protect them against predators. Glucosinolates are essentially composed of sulphur and nitrogen. When animals chew the leaves, the glucosinolates are transformed into isothiocynates with a strong pungency to deter animals and insects. When we chew mustard seeds, we feel the pungency of mustard coming up through the nose and we can’t avoid sneezing. In Portugal we have a saying: “mustard got into my nose”. It means we are getting angry.

Brassica species produce more than 50 different isothiocyanates. Cabbage is the most common brassica used in our diet. The original cabbage didn’t form a head. It had loose leaves. Today, there are many varieties of cabbage, from ‘savoy’ with frilled leaves, to brussel sprouts and coli-flower. The glucosinolates produced by cabbages are called glucobrassicins. ‘Savoy’, mustard and coli-flower are some of the richest sources of glucobrassin. Indole-3 carbinol is the end product of glucobrassicin and it is well known as an effective treatment against diseases like lupus erythomatosus, breast, uterine and prostrate cancers. The white cabbage butterfly is particularly attracted to cabbages with glucobrassin which compels them to lay eggs on the leaves. 

Brussels sprouts’ glucosinolates produce PTC (Phenylthiocarbamine) which are particularly bitter. Different people have different perception of bitter tastes. About 30% (the super tasters) consider Brussels sprouts disgustingly bitter while the other 70% consider it a mild bitter.

Cabbage is considered a goitrogen herb and for that reason it is usually avoided by people suffering from goiter or hypothyroidism. Goitrin is a chemical produced by cabbages that reduces the use of iodine by the thyroid gland. This action happens only when big amounts of cabbage are eaten for a prolonged period of time. Otherwise, cabbage is safe and a very good source of many nutrients, minerals, amino acids and vitamins.

Cabbage juice is a very powerful cure for gastric ulcers, esophagitis and inflammations in the digestive system. This vegetable is a rich source of the amino acid glutamine that has been used with good results to cure this sort of ailments. Glutamine in old times was called the U vitamin because of its efficacy to cure ulcers.

A few years ago I had a very painful experience: an esophagitis that didn’t improve with the antacids and proton pump inhibitors prescribed by the doctor. For more than a year I had pain, acid reflux and tiredness. In despair, and reluctantly, I decided to drink cabbage juice as a last resort. To disguise the bitterness I mixed some apple juice to make it more palatable. I drunk it in small sips during the day and I felt a quick relief. It didn’t take long for the wound to heal.


To prepare the juice, choose a big dark green cabbage leave, discard the rib, add half an apple and a glass of water and mix in the blender. Sieve and drink in small sips during the day. This treatment should not last for more than 8 to 10 days.